EU VEJO DEUS!

EU VEJO DEUS

Por João-francisco Rogowski 
Jurista - Teólogo e Escritor


Deus se revela nas suas criaturas, na natureza. 

Ele é o Pai eterno onipresente na sua obra criacional. 

A criação revela Deus e seu amor, os céus proclamam a Sua Glória e o firmamento anuncia a obra das Suas Mãos. (Salmos 19:1). 

Deus fala conosco e nos ensina revelando os segredos da ciência, através da sua criação. Foi observando os pássaros que o homem aprendeu os princípios da aerodinâmica e do vôo, e, plagiando Deus, inventou o avião. 

Eu vejo Deus na loba alimentando o filhote, no vôo solitário da borboleta, no nascer do sol, nos acordes de violino ou no estrondo do trovão.

Vejo Deus num gesto de amor, na criança aconchegada nos braços da mãe, eu vejo Deus dentro de mim, no meu coração que pulsa independentemente da minha vontade.

Eu vejo Deus na imensidão do mar, na mão estendida para ajudar ou para ofertar uma flor.

Eu vejo Deus na chuva, no orvalho da manhã, eu vejo Deus em cada letra de uma poesia, eu vejo Deus nos olhos dos meus filhos, eu O vejo quando contemplo a majestade dos céus à noite, a lua e as estrelas, obra dos Seus Dedos. (Salmos 8:3)

Deus tudo criou por amor e para Sua Glória, as criaturas são reflexos do Criador.

O que de Deus nos é dado a conhecer, as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o Seu eterno poder, como a Sua Divindade, se entendem, e claramente se vêem, em tudo que foi criado por ELE. (Romanos 1:19-20).

Cuidemos do planeta e de tudo que nele há, doação amorosa de Deus para nós. Ele merece toda a nossa gratidão e o nosso amor. 

O esplendor do universo nos oferece uma linda e lírica visão de Deus, para que O contemplemos, e, com toda a força do nosso ser, amemo-Lo!

Publicado em 2011.


João-francisco Rogowski ― Jurista, Escritor, Hermeneuta Bíblico, pesquisador sobre temas Teológicos, Professor em cursos de formação de Ministros religiosos, Conferencista, Apóstolo do Ministério Apostólico Voz Profética.

Desperte seu potencial.

Outros Livros do autor.

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Lute por seus sonhos


Pastora Ines Jagmin
I Samuel 2:1-18



Ana tinha um SONHO, o sonho de ter um filho.

E Deus não só realizou o sonho dela, como o sonho dEle para a vida dela!

Sabe... quando Deus faz, ninguém pode impedi-Lo.

Quando Deus quer pegar alguém, lá da sarjeta, lá do monturo, e o levantar e colocar na cadeira do príncipe, não tem ninguém que possa impedi-Lo.

Deus é soberano, para Deus não há impossíveis, para Deus não tem causa perdida, para Deus não tem sonho morto, para Deus todas as coisas são possíveis.

Em meus vôos estou tendo que lidar com alguns ‘assassinos de sonhos’ e lendo a Palavra vi que Ana também os enfrentou.

Primeiro Ana teve que enfrentar Penina, a outra esposa de seu marido.

Penina não era uma mulher espiritual, na verdade azucrinava a vida de Ana, tentava desanimá-la, falando para ela desistir de orar, de chorar, de ir à igreja. Ela dizia “ eu não oro, não vou à igreja, estou com 6 filhos, e você está aí, gastando sua vida com Deus, pare com isso! Largue disso! “

Tem gente como Penina do seu lado?

Tentando desanimá-lo, falando para você se conformar com a sua derrota, com a sua infelicidade, com seu fracasso, com o seu sonho não realizado?

Fuja de pessoas assim.

Não seja contaminada.

Não deixe que as ‘peninas’ da vida matem seus sonhos!

Mas Ana teve que enfrentar outro assassino de sonhos: o sacerdote Eli.

Ana todo ano ia orar e buscar a Deus, e Eli nunca falara nada a ela, nem se importava com o problema dela, mas quando abriu a boca pela primeira vez, para falar com Ana foi injusto, pisou em Ana, fazendo um juízo equivocado acerca dela, chamando-a de bêbada, de descontrolada emocionalmente.

Ana não devolveu o troco, Ana não reagiu na mesma altura, não deixou que uma palavra equivocada, errada, atravessada, entrasse em seu coração levando veneno de amargura.

Sabe... às vezes você sofre injustiça, as vezes você é pisado, as vezes você é mal interpretado, as vezes até mesmo dentro da Igreja você não é compreendido, vai à igreja e volta da igreja chorando, triste e não tem ninguém para olhar para você, não tem ninguém para perguntar qual é o teu nome, não tem ninguém que se interesse pela sua vida, pelo seu problema.

Mas nós temos de enfrentar essas decepções também, porque muitas vezes os nossos assassinos de sonhos estão ao nosso lado, na igreja...

Mas não deixe isso te afastar do doce Espírito Santo nem de sonhar.

Deus tem planos pra cumprir em sua vida, e se Ele te deu um ministério, um sonho, um projeto, não deixe que ninguém te afaste do teu alvo!

E Ana também teve que enfrentar o seu próprio marido, Elcana (v. 8).

Ele era um maridão, mas dizia a ela: “Você é doente, você sabe! Nós temos ainda um diagnóstico dos médicos de Ramá. Você sabe que esterilidade não tem cura, então minha filha por que você fica triste? Para quê ficar chorando? Para que você fica deprimida? Pare de chorar Ana! Olha, você tem aqui um maridão do seu lado"...

Tem muita gente que poderá estar levando você ao conformismo!

Às vezes até seu amigo, gente que é solidária a você, conselheiro teu, mas são gente como Elcana, que não crêem que Deus faça milagres, gente que acha que os problemas não têm solução, são assassinos de sonhos, dentro de sua casa, muitas vezes por terem uma visão limitada do poder do Altíssimo, mas você não pode dar ouvidos a eles.

Lembre-se: Jesus não tem limites pra te ver!

Não tem nada que Jesus não possa ver na sua vida!

E Ana também teve que enfrentar o DESÂNIMO.

Dentro da sua casa tinha uma mulher que azucrinava a vida dela, ela foi à igreja tentar aliviar o coração e o pastor a chamou de bêbada, saiu da igreja, voltou para casa, encontrou o marido, que a chamou de doente, falou para ela se conformar, pois nunca iria ser curada. Aff......

Para todo lado que Ana fosse, tinha alguém para dar a ela uma palavra negativa, para dizer que não tem jeito, que não tem saída, que não tem remédio, que não tem solução, que não tem respostas, que não tem alternativa, que o melhor era se conformar com o problema, mas Ana em momento algum se dobrou ao desânimo.

Ana então buscou a Deus e creu que Deus podia fazer um milagre, pois sabia que a responsabilidade era dela de pedir e de insistir com Deus, ela cria num milagre, e sabia que Deus podia realizá-lo ou não, mas mesmo assim não desistiu.

Faça como Ana: acredite nos seus sonhos, e lute por eles!

Não desista do seu sonho!

Ana acreditou e tomou posse das bênçãos de Deus, de Suas promessas.

Pois quando Eli falou uma bobagem para ela, ela não levou a sério, mas de repente aquele homem que acabara de falar uma bobagem abre a boca e diz: “Vai em paz para a sua casa, e o Deus de Israel lhe conceda a petição que fizera.”(v. 17)

Esta palavra é boa, é de Deus e Ana a acolhe e esta palavra cura sua alma.

Então Ana: (v. 18)

1. Voltou a comer – acabou com a depressão.

2. O seu semblante mudou – foi curada emocionalmente.

3. Voltou para casa e se deitou com seu marido – foi curada conjugalmente.

O texto, diz: “Lembrando-se dela o Senhor, ela concebeu e deu a luz a um filho”.

Em Siló, aconteceu a cura emocional de Ana, aqui em Ramá, aconteceu a cura física de Ana.

Primeiro Ana tomou posse da vitória, pela fé, depois se concretizou historicamente o milagre na vida dela.

Primeiro ela foi curada existencialmente e emocionalmente, depois ela foi curada fisicamente. Primeiro Deus curou o seu coração, depois o seu ventre.

Primeiro ela crê, depois ela vê.

Jesus disse: “Se creres verás a glória de Deus”.

Você não pode ter seus sonhos realizados sem primeiro se alimentar das promessas de Deus.

O mundo ao seu redor tem sempre palavras de desânimo, mas a Palavra de Deus tem promessas de vida para você.

Você pode estar pensando: “Sim, Ines, mas o que fazer quando nossos sonhos são adiados?”

Ora, volte à trincheira da luta!

Ana então, a partir da palavra do profeta, deixou os quartos escuros, parou de chorar, parou de murmurar, parou de reclamar, parou de ficar deprimida e voltou à trincheira da luta.

Minha amiga, eu desafio você a lutar de cabeça erguida, a vencer, a não entregar os pontos, a não jogar a toalha, a não desanimar, a não aceitar passivamente a derrota.

Alguém disse: “Viver é como andar de bicicleta, só cai, quem para de pedalar!”

Se você deixar de sonhar, você começará a morrer!

Você tem que ter expectativas de vida, ideais de vida, sonhos de vida, projetos do seu coração e você tem que continuar pedalando, para você ir rompendo as dificuldades.

A viúva de Sarepta (I Reis 17:8 a 16), tinha mil razões para ficar deprimida, chorando, pois não tinha comida, havia fome em Israel, mas mesmo assim esta mulher saiu e foi buscar gravetos para esquentar o fogo para fazer o último bolo, por que ainda acreditava que Deus podia fazer um milagre na sua vida e fez.

Se você tem um pouquinho de azeite, um pouquinho de farinha, passe a acreditar num milagre. Há potencial para um milagre e se você não tiver nada, Deus pode fazer jorrar azeite aonde não tem nada.

Nunca deixe de sonhar!

Se você está vivo, um milagre pode estar a caminho!

Não desista de seus sonhos!

Você é fruto do sonho de Deus!

Mas lembre-se: muito mais importante que realizar um sonho pessoal é realizar um sonho do coração de Deus!

Por isso não abra mão dos seus sonhos e que ele seja sonhos do coração de Deus!

Eu não abro mão de jeito nenhum! 

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VIOLÊNCIA CONTRA OS CRISTÃOS NA NIGÉRIA



CRISTÃOS ATACADOS PELO GRUPO TERRORISTA BOKO HARAM NA NIGÉRIA.





como orar

MULTIDÕES NAS RUAS. O MOVIMENTO ESTÁ SÓ COMEÇANDO.


As multidões nas ruas: como interpretar?


Por Leonardo Boff 
Teólogo e Escritor

Um espírito de insurreição de massas humanas está varrendo o mundo todo, ocupando o único espaço que lhes restou: as ruas e as praças. O movimento está apenas começando: primeiro no norte da África, depois na Espanha com os “indignados”, na Inglaterra e nos USA com os “occupies” e no Brasil com a juventude e outros movimentos sociais. Ninguém se reporta às clássicas bandeirtas do socialismo, das esquerdas, de algum partido libertador ou da revolução. Todas estas propostas ou se esgotaram ou não oferecem o fascínio suficiente para mover as massas. Agora são temas ligados à vida concreta do cidadão: democracia participativa, trabalho para todos, direitos humanos pessoais e sociais, presença ativa das mulheres, transparência na coisa pública, clara rejeição a todo tipo de corrupção, um novo mundo possível e necessário. Ninguém se sente representado pelos poderes instituídos que geraram um mundo politico palaciano, de costas para o povo ou manipulando diretamente os cidadãos.

Representa um desafio para qualquer analista interpretar tal fenômeno. Não basta a razão pura; tem que ser uma razão holística que incorpora outras formas de inteligência, dados aracionais, emocionais e arquetípicos e emergências, próprias do processo histórico e mesmo da cosmogênese. Só assim teremos um quadro mais ou menos abrangente que faça justiça à singularidade do fenômeno.

Antes de mais nada, importa reconhecer que é o primeiro grande evento, fruto de uma nova fase da comunicação humana, esta totalmente aberta, de uma democracia em grau zero que se expressa pelas redes sociais. Cada cidadão pode sair do anonimato, dizer sua palavra, encontrar seus interlocutores, organizar grupos e encontros, formular uma bandeira e sair à rua. De repende, formam-se redes de redes que movimentam milhares de pessoas para além dos limites do espaço e do tempo. Esse fenômeno precisa ser analisado de forma acurada porque pode representar um salto civilizatório que definirá um rumo novo à história, não só de um país mas de toda a humanidade. As manifestações do Brasil provocaram manifestações de solidariedade em dezenas e dezenas de outras cidades no mundo, especialmente na Europa. De repente o Brasil não é mais só dos brasileiros. É uma porção da humanidade que se indentifica como espécie, numa mesma Casa Comum, ao redor de causas coletivas e universais.

Por que tais movimentos massivos irromperam no Brasil agora? Muita são as razões. Atenho-me apenas a uma. E voltarei a outras em outra ocasião.

Meu sentimento do mundo me diz que, em primeiro lugar, se trata de um efeito de saturação: o povo se saturou com o tipo de política que está sendo praticada no Brasil, inclusive pelas cúpulas do PT (resguardo as políticas municipais do PT que ainda guardam o antigo fervor popular). O povo se beneficiou dos programas da bolsa família, da luz para todos, da minha casa minha vida, do crédito consignado; ingressou na sociedade de consumo. E agora o que? Bem dizia o poeta cubano Ricardo Retamar: “o ser humano possui duas fomes: uma de pão que é saciável; e outra de beleza que é insaciável”. Sob beleza se entende educação, cultura, reconhecimento da dignidade humana e dos direitos pessoais e sociais como saúde com qualidade minima e transporte menos desumano.

Essa segunda fome não foi atendida adequadamente pelo poder publico seja do PT ou de outros partidos. Os que mataram sua fome, querem ver atendidas outras fomes, não em ultimo lugar, a fome de cultura e de participação. Avulta a consciência das profundas desigualdades sociais que é o grande estigma da sociedade brasileira. Esse fenômeno se torna mais e mais intolerável na medida em que cresce a consciência de cidadania e de democracia real. Uma democracia em sociedades profundamente desiguais como a nossa, é meramente formal, praticada apenas no ato de votar (que no fundo é o poder escolher o seu “ditador” a cada quatro anos, porque o candidato uma vez eleito, dá as costas ao povo e pratica a política palaciana dos partidos). Ela se mostra como uma farsa coletiva. Essa farsa está sendo desmascarada. As massas querem estar presentes nas decisões dos grandes projetos que as afetam e que não são consultadas para nada. Nem falemos dos indígenas cujas terras são sequestradas para o agronegócio ou para a indústria das hidrelétricas.

Esse fato das multidões nas ruas me faz lembrar a peça teatral de Chico Buarque de Holanda e Paulo Pontes escrita em 1975:”A Gota d’água”. Atingiu-se agora a gota d’água que fez transbordar o copo. Os autores de alguma forma intuiram o atual fenômeno ao dizerem no prefácio da peça em forma de livro:“O fundamental é que a vida brasileira possa, novamente, ser devolvida, nos palcos, ao público brasileiro…Nossa tragédia é uma tragédia da vida brasileira”. Ora, esta tragédia é denunciada pelas massas que gritam nas ruas. Esse Brasil que temos não é para nós; ele não nos inclui no pacto social que sempre garante a parte de leão para as elites. Querem um Brasil brasileiro, onde o povo conta e quer contribuir para uma refundação do pais, sobre outras bases mais democrático-participativas, mais éticas e com formas menos malvadas de relação social.

Esse grito não pode deixar de ser escutado, interpretado e seguido. A política poderá ser outra daqui para frente.



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APÓSTOLOS, ACIMA DE FRONTEIRAS CONFESSIONAIS.




Por João Baptista Herkenhoff


Vamos começar esta página lembrando o Apóstolo Paulo que, a meu ver, sintetizou o Cristianismo na epístola que escreveu sobre o Amor. “Ainda que eu falasse todas as línguas dos homens, isso de nada valeria se eu não tivesse Amor. Ainda que eu distribuísse todos os meus bens aos pobres, nenhum significado teria esse gesto se eu não tivesse Amor.”

Podemos colocar o Apóstolo Paulo no século XXI e, dentro de sua linha de ensinamento, desdobrar sua palavra: ainda que eu conheça e cumpra todos os artigos do Código de Direito Canônico, isso de nada valerá se eu não tiver Amor.

O Amor, na lição de Paulo Apóstolo, é a grande diretriz da vida, é a balança através da qual, com a medida do Absoluto, pesamos tudo que é relativo. A lei é relativa. O Amor é Absoluto.

Esta reflexão sobre Paulo Apóstolo me socorre quando penso nisto que se chama “segundo casamento”. Casais, cujo primeiro casamento naufragou, e que procuram uma nova morada para o Amor.

Sem dúvida, o ideal seria que todos os noivos realizassem a promessa depositada sobre as alianças: “prometo amar-te até o último dia de minha vida, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença”. Entretanto, somos falíveis, somos mesmo de barro. E nem sempre os votos solenes têm a possibilidade de durar até a morte. E então?

Parece-me que à luz de Paulo Apóstolo, se o Amor é a medida de todas as coisas e a medida da própria lei, o segundo casamento, a segunda tentativa de ser feliz tem as bênçãos de Deus. O Código de Direito Canônico há se ser interpretado sob a chancela do preceito do Amor. Não cabem anátemas, não cabem exclusões, cabe o Amor que tudo compreende, tudo perdoa, tudo subverte, tudo endireita, tudo sintetiza, tudo explica, na dimensão cósmica de sua abrangência infinita.



Conheço tantos lindos casais em segundas núpcias. Casais que constróem cada dia, na partilha, na doação, na responsabilidade, na fidelidade, o Sacramento do Amor.

Depois de reverenciar o Apóstolo Paulo, vamos trazer à lembrança três Apóstolos contemporâneos, um deles já falecido (Reverendo Jaime Wright, evangélico) e dois deles entre nós porém com a saúde bastante precária: Dom Paulo Evaristo Arns (católico) e Rabino Henry Sobel (judeu).

Embora seguissem rotas religiosas diferentes, esses três Apóstolos encontraram sintonia na defesa desassombrada da dignidade da pessoa humana. Quando o Brasil estava sacudido pela ditadura, esses três Apóstolos denunciaram a tortura, sofreram toda sorte de ameaças, colocaram a própria vida em perigo, na defesa dos Direitos Humanos. O livro “Brasil Nunca Mais”, o mais monumental documentário sobre a tortura no Brasil, mostra como foram tristes e perigosos aqueles dias e como o templo católico, o templo evangélico e o templo judeu, sob a liderança desses três Apóstolos, foram o refúgio dos perseguidos, foram antena capaz de ouvir os gemidos e as dores dos que eram massacrados.

O Brasil é um país de jovens. E os jovens frequentemente não têm conhecimento desses fatos.

Os mais velhos têm o dever de testemunhar sobre o passado, a fim de que se construa o futuro com segurança.


João Baptista Herkenhoff, 76 anos, magistrado (aposentado), Livre-Docente da Universidade Federal do Espírito Santo, escritor. Autor de: Filosofia do Direito (Editora GZ, Rio, 2010), Curso de Direitos Humanos (Editora Santuário, Aparecida, 2011). Encontro do Direito com a Poesia (Editora GZ, Rio, 2012.



como orar




Você pode copiar, distribuir e exibir esta obra, desde que seja dado crédito ao autor original e citada a fonte de consulta. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.




Como citar este artigo:

HERKENHOFF, João Baptista. "APÓSTOLOS, ACIMA DE FRONTEIRAS CONFESSIONAIS." In Blog A voz profética. Disponível em: vozprofetica.net/2013/05/apostolos-acima-de-fronteiras.html. Acesso em:__/__/__.



Coisas de menino.

Por Dorian Anderson Soutto

Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. 1 Coríntios 13:11
Desde os sete anos de idade eu trabalho, ou trabalhava ou passava fome. Mas minha mente de menino fazia com que tudo parecesse uma brincadeira, era como se toda criança de minha idade trabalhasse, era como se aquilo fosse a coisa mais natural no mundo.
Quando tinha doze anos estava vendendo sorvete na parte da manhã e estudando a tarde, mas algo acontecia comigo que não era tão natural nos outros vendedores: Quando chegava 11:30 da manhã eu já tinha vendido todos os sorvetes, não sei se por minha pequena estatura, mas parava em frente a prefeitura e rapidamente vendia. Outros sorveteiros chegavam lá, mas não tinham o mesmo sucesso.
Embora tivesse que carregar aquela caixa de isopor marcando meus ombros e chinelos "havaianas" nos dedos suados, eu era um garoto feliz, tinha um contentamento no coração, é como se Deus sempre estivesse ali comigo. Certa vez sobraram dois sorvetes na caixa e eu precisava ir embora, pois ainda tinha a escola. Parei perto da linha do trem, sozinho, cercado de capim cidreira peguei um sorvete para mim e o outro joguei no meio dos trilhos e disse, "este é para Deus", e fiquei olhando o sol derreter o sorvete, pensando: "Deus está chupando o dEle". Fui embora cantando "Obrigado Senhor", uma música do mundo, não me lembro o cantor.
Hoje quando me lembro disto, dou risadas, mas na época meu coração era sincero, eu tinha que retribuir o que Deus estava fazendo por mim, mas não sabia como.
Aos quatorze anos trabalhando em uma gráfica, coloquei a mão embaixo de uma prensa de uma tonelada e acionei a alavanca sem querer, a prensa desceu e travou prensando dois dos meus dedos da mão direita, no desespero acionei a alavanca e ela subiu e desceu novamente batendo pela segunda vez em meus dedos, mas parando em um ponto que eu pudesse tirar as mãos. Gritei! O desespero tomou conta de toda pequena empresa, eu menor, sem registro, com todo aquele sangue jorrando pela máquina. Um jovem me pegou no colo e correu para colocar em um carro, no desespero bateu minha cabeça contra a coluna da porta do carro causando mais dor ainda. Já no carro, chorando em direção ao hospital, tive medo da morte, não tinha problema se eu perdesse a mão, meu medo era morrer.
Após uma anestesia geral, acordei somente no outro dia, já com a mão enfaixada. Não estava morto como eu temia, e uma cirurgia dos céus recolocou meus dois dedos, onde uso neste exato momento para escrever. Apenas cicatrizes e época de frio é que me faz lembrar do incidente. Mas quando vi minha mãe no hospital, chamei-a e disse: Mãe, por favor, dê todo meu salário este mês como dizimo. Ela me olhou estranhando, e eu insisti: Por favor.
Naquela época minha mãe já era serva do Senhor, e eu a caminho já tínhamos algum conhecimento, mas lá estava eu tentando pagar Deus por estar vivo e com os dedos. Nada diferente da época dos sorvetes.
Ainda era menino...
O que aprendi com esta lição em minha vida é que Deus nunca desceu do céu e me ridicularizou por minha ignorância ou minha meninice. Ele já estava me chamando fazia tempo, eu é que não estava atendendo por não estar entendendo.
Isto me traz a memória o chamado de Samuel em (I Sam 3).
- Samuel! Chama Deus...
Samuel pensa que é Eli quem está chamando e corre até ele, mas é necessários Deus chamar diversas vezes e uma explicação de Eli para que o menino Samuel soubesse que era Deus quem estava chamando.
Como o menino Samuel eu também tinha ouvido o chamado de Deus, mas pensava ser o chamado de homens, até que alguém chegou e abriu meus olhos, dizendo que era Deus quem estava me chamando, bastava apenas eu atender.
- Fala Senhor, porque o teu servo ouve.
Fico a pensar quantas pessoas estão na mesma situação em que eu me encontrava, pessoas que tem um chamado de homens, de igreja, de ministérios e até de pastoreio, mas ainda não atentou para o chamado do próprio Deus.
Pessoas que tentam pagar a Deus por bênçãos, pessoas que querem agradar a Deus na carne, com métodos e sistemas de homens, pessoas sinceras, mas sinceramente erradas.
Me vem à mente quantas pessoas eu condenei por suas atitudes, seus deuses, seus santos e imagens, pessoas que não tive a mesma paciência que Deus teve comigo em minha ignorância.
Este tipo de falta de sabedoria é que leva o homem a "chutar a santa".
Por que não fazemos como Pedro em (Atos 3) condenando a atitude daqueles que crucificaram a Cristo: "E agora, irmãos, eu sei que o fizestes por ignorância... mas
... Arrependei-vos, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor".
Hoje sou perdoado e o "tempos do refrigério pela presença do Senhor" é chegado até mim, mas fico a pensar em quantas coisas erradas posso estar fazendo hoje pensando estar certo.
A mim só me resta "jogar a toalha" e me render, buscando a presença do Senhor para que meus pés não se desviem nem para a direita e nem para a esquerda. Sei que nunca conseguirei entender tudo, pois quem compreendeu a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro?
Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos!
Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado?
Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém. (Rom 11:33)
Fonte: Ilumina a alma
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Sê tu o milagre e a bênção!



GÊNESIS 12:2-3 "Eu farei de ti uma grande nação; abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome; e tu, sê uma bênção. Abençoarei aos que te abençoarem, e amaldiçoarei àquele que te amaldiçoar; e em ti serão benditas todas as famílias da terra."

como orar

PATOLOGIAS



PRECONCEITO RELIGIOSO NO PROCESSO ELEITORAL

Por William Douglas .*
Juiz Federal




Li a seguinte manifestação do Leonardo Boff: “Diz-se por aí, que uma profetiza de sua igreja evangélica, a Assembleia de Deus, profetizou que ela, Marina, seria presidenta. E ela crê cegamente nisso como crê no que, diariamente lê na Bíblia, passagens abertas ao acaso, como se aí se revelasse a vontade de Deus para aquele dia. São as patologias de um tipo de compreensão fundamentalista da Bíblia que substitui a inteligência humana e a busca coletiva dos melhores caminhos para o país.”

(http://leonardoboff.wordpress.com/2014/09/06/marina-silva-aquela-que-mudou-de-lado/, acesso em 09/8/2014, 10h)

Não sei se Marina disse isso ou se Boff disse que ela disse. Quanto ao voto, não é tema desse artigo. Cada um que vote em quem achar melhor. A questão aqui é como um cidadão deve lidar com a fé alheia.

Eu leio a Bíblia, diariamente, como qualquer cristão, evangélico ou católico, deveria fazer. Tenho o direito humano de crer que a Bíblia é a Palavra de Deus e ser respeitado “apesar” disso. Creio que qualquer trecho dela, mesmo aberta ao acaso, revela a vontade de Deus para todo e qualquer dia. A interpretação também é livre. Assim, se alguém calhar de ler sobre o suicídio de Judas não deve entender que isso é uma orientação para aquele dia.

Não aceito, como professor de Direito Constitucional, que alguém, muito menos um teólogo que tem uma história tão interessante, chame minha prática e a de dezenas de milhões de cristãos, de uma "patologia". Não bastasse isso, disse que uma compreensão "fundamentalista da Bíblia substitui a inteligência humana e a busca coletiva dos melhores caminhos para o país".

A definição do que é "fundamentalista" é subjetiva. É um “fundamentalismo” dizer que a interpretação que não o agrada é a de um "fundamentalista". Isso ocorre, pois o crítico assume a perigosa tarefa de censor. E, por viés autoritário, de entender que é melhor intérprete que o outro. Isso é arrogante, antidemocrático e até mesmo mal educado.

A única patologia que vejo é desrespeitar a liberdade religiosa e de opinião, previstas na Constituição da República e em todas as cartas de direitos humanos reconhecidas pela Humanidade. Chamar a fé do outro de "patologia" é trabalhar pelo preconceito e discriminação, algo lamentável numa democracia, ainda mais quando parte de alguém com tantos anos de estudo. Não gostei também de ser chamado de "burro", já que ler a Bíblia é visto como "substituir a inteligência".

Quanto à busca coletiva dos melhores caminhos para o país, posso dizer que esses os evangélicos (segundo ele, “fundamentalistas”) são responsáveis por enorme auxílio a toxicômanos (com índice de recuperação de mais de 70%). Eles e os católicos visitam as penitenciárias, ajudam órfãos, alimentam famintos, providenciam roupa e abrigo para desvalidos, criam escolas, dão bolsas de estudo, etc. Eu, por exemplo, por ler a Bíblia, me tornei - apesar de branco e de olhos azuis - membro do movimento negro e defensor das cotas nas universidades, ministro aulas gratuitas, faço doação de livros, ajudo orfanatos católicos, espíritas e evangélicos (fome não tem religião, anoto) etc. Então, me perdoe, mas meu compromisso com "melhores caminhos para o país" veio justamente da leitura diária da Bíblia.

Vale registrar que em outro momento (ainda em julho do corrente ano) o mesmo Boff admitiu que esses leitores "patológicos" da Bíblia ajudam os necessitados. Indagado sobre a postura do Papa frente ao avanço das igrejas evangélicas, após dizer que Francisco não é proselitista, mas que tem interesse em servir à humanidade, disse o seguinte: "É aquilo que nós chamamos de 'ecumenismo de missão'. Estamos divididos, é um fato histórico, mas não é uma divisão dolorosa. Porque cada um tem seus antros, profetas e mestres. Mas como nós juntos nos reconhecemos nas diferenças e como juntos vamos apoiar os sem terras, os sem tetos, os marginalizados, as prostitutas. Esse serviço nós podemos fazer juntos." 

(Entrevista à Sul21, http://www.sul21.com.br/jornal/leonardo-boff-dentro-do-sistema-capitalista-nao-ha-salvacao/- acesso 09/8/14, 1030h).

Leonardo Boff sabe que aqueles – aos quais acusa de não terem “inteligência”, nem interesse em buscar por “melhores caminhos para o país" – ajudam bastante aos necessitados. Então como pode, de uma hora para outra, nos chamar de "patológicos" e, na prática, de burros? Pior, parece se esquecer de quantos católicos são leitores, diários, das Escrituras. Quanto a acreditar ou não em profecias, isto é mais um assunto onde cabe respeitar a fé de cada um. E, anoto: entre aqueles que acreditam nas profecias, alguns católicos carismáticos aí incluídos, há sempre o cuidado de distinguir a legitimidade do profeta. É, porém, e me perdoem ser repetitivo, um direito humano que esperamos seja respeitado por todos. 

Lamento muito a fé de milhões de católicos e evangélicos tenha sido tratada como "patologia" e "substituição de inteligência". Isto me lembra o que disse Freud: "Quando Pedro me fala sobre Paulo, sei mais de Pedro que de Paulo." Estou certo que ao falar de Marina, Leonardo disse mais sobre Leonardo.



*. William Douglas - Professor Universitário, Juiz Federal/RJ, Escritor, Mestre em Direito - Pós-graduado em Políticas Públicas e Governo (EPPG/UFRJ) e um “patológico” leitor cotidiano da Bíblia.


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POEMA

EU VEJO DEUS!

EU VEJO DEUS Por   João-francisco...